Ainda resta um raio de sol no horizonte, se movendo lentamente.
Ele é frio e intenso. Bem como seus pequenos passos pensantes.
Nada mais o alcança. Está na velocidade da luz. Ninguém consegue vê-lo em movimento.
Cortando os céus, ele continua a ir. Distante em seu destino pré-escolhido.
Terminando de se tornar irreconhecível em sua essência.

Livre.
Agora posso andar pelas montanhas. Sem medo.
Livre, nunca estive de mim.
Agora posso voar pelos campos.
Com o chão na minha frente, sigo a vida mais plena e sem medos de estar.
Velho vento, vem ao meu encontro. Somos um só, nesse infinto horizonte.
Apenas mais uma pena no campo, mais uma gota no mar, o último suspiro no ar.
Livre em estar.

Quando fazemos parte de um grupo fantástico, onde as pessoas possuem dons espetaculares. Criando e fazendo coisas brilhantes. Sempre vamos ter o risco do rompimento dos vínculos cruciais . Todos juntos em um só caminho. Cada um em suas rotas. Planejando o seu sucesso individual. Gerando em consequência a separação, mas, dando inicio a uma nova obsessão. Mirando no alto os pontos da glória. Imaginando o mundo de um só. Esquecendo o coletivo de um grupo aclamado, colossal, ambicioso, completo. Uma nova era começa e agora estamos em diferentes direções, andando em duplas ou em bandos, mas com a essência e identidade que conquistamos ao longo do tempo e agora levamos consigo um pouco de cada um, mas separados em nossas almas. Deixando um seleto e extenso conjunto de obras. Marcando nossa vida nesse pouco período de tempo. Estamos em constante assessão. Progredindo em nossos sonhos. Tornando-se imortais naqueles que acreditam no mesmo que nós.

Ernando.